quinta-feira, 3 de março de 2016

Melhor Mãe do Mundo? Não.

Fiquei sabendo, numa conversa na noite passada, que sou a melhor mãe de Caxias do Sul e a melhor mãe do Rio Grande do Sul. Do Brasil, mãe, tu não é a melhor! Não fique triste por isso, tá? Foi curioso? Sim, muito. Afinal, toda mãe sempre ouve que é a “melhor mãe do mundo”! Então, por esta curiosidade, me informei sobre como são as melhores mães do Brasil. Explicação curta e bem objetiva! Só existem três tipos que são melhores mães e que ganham um pouco de ti! A primeira é uma mãe mais nova e que não cansa de brincar e que não tem dor nas costas se a brincadeira for muito “forte”! A segunda é a que sabe jogar videogame. E a terceira, que é a melhor de todas, é a que é nova (brinca, não cansa e não dói nada) e ainda sabe jogar videogame! O assunto foi encerrado logo após as explicações e senti meu coração muito leve! Na hora não entendi porque aquele assunto deixava minha alma leve. Pela manhã, durante meu caprichado café, refleti sobre o que me deu alívio. Fiquei satisfeita por não criar um menino demagogo! Ele quer me elogiar, mas tem que admitir que teria um padrão de mãe mais completo, digamos assim. Pois, obviamente, mesmo que uma mãe ouça elogios exagerados, ela sabe, sim, das suas limitações! Melhor ainda! Eu fiquei leve por saber que sou aceita como sou! Admito, inclusive, que fiz certo ao admitir que certas brincadeiras são prejudiciais para quem, eventualmente, tem dores na coluna! Outra mãe, lendo aqui, poderá dizer: Ainda há exagero! Fostes eleita a melhor do município e do Estado. Verdade, muito exagero! Numa cidade com aproximadamente 500 mil habitantes, como a que moramos, deve ter mãe para todos os gostos e dedicadas em mais e menor grau! Fico em primeiro lugar, saiam da fila! O Estado tem 497 municípios e não vou conhecer todos! Conheço, no entanto, quem leva o título de mãe número um! Vamos trocar as palavras. Exagero por mito! O elogio que recebo vem honesto e com ressalvas de que exitem mães mais gabaritadas na nação! Assim mesmo, por uma questão fortíssima de elo mãe/filho, tenho que receber palavras destinadas aos mitos e ídolos! Preciso ser a Top! Preciso ser a Rainha em algum lugar! Porque? Ora! Porque sou mãe! A mãe dele! Não existe nada além da mãe da gente! Não existe o cuidado e não existe a sobrevivência! Afinal, nós seres humanos, não somos capazes de sobreviver sozinhos na infância! O papel da mãe (biológica ou adotiva) é fundamental para a vida dar certo e eles começarem a ir pro mundo!  Faz um bem enorme ser responsável por uma vida tão pequena e vê-la progredir na vida! Um bem maior ainda e receber títulos exagerados e sem medidas!!   (Caxias do Sul, fevereiro de 2016, Angela de Almeida, mãe do adorável Manuel)


domingo, 5 de maio de 2013

Buraco no Café

Estou "desmamando" o filho de certas mordomias.
Por exemplo, não fazer mais o chocolate com leite, pela manhã.
Meio sem jeito, lentamente, com um ritual só dele, essa pequena atividade tem dado certo.
Claro que a toalha já foi "batizada" muitas vezes, fica pó de chocolate espalhado com manchas de todo tamanho!
Tudo bem. Preciso me conter para ensiná-lo.
No dia de hoje, um sucesso revelado e anunciado:
Mãeeeeeeeee.....
Vem ver!! Aprendi a mexer o chocolate com o buraco!
Buraco?
Sim, mãe. E eu agora já vou saber fazer isso no café também, como você faz.
Buraco? Que buraco?
Mãe, olha aqui!
Não fica um buraco no meio quando mexe direitinho?
Era só tu que sabia. Agora eu sei também! Êba!
Alguém, que lê isso agora, já imaginou que era legal fazer o buraco no meio do café ou do chocolate?
Eu jamais saberia isso se não tivesse um menino atento por perto.
Mais que isso.
Um criança observando tudo do mundo, nos relatando, perguntando, nos acorda da distração que os problemas nos trazem.
Eu, hoje, acordei cansada, tive pesadelos na noite anterior. A segunda-feira estava um pouco devagar.
Aí, do nada, fico sabendo o quanto é maravilhoso fazer buracos no líquido da xícara!
Entendi de uma vez por todas!
Ou acorda e vê  a vida com "olhos de criança" ou vai perder outros grandes (pequenos) espetáculos do dia a dia.
Entrei na escola do menino que vê a beleza "em todos os cantos".
E conto!



A TV ligada.
O Manuel ligado!
Que novidade...hehehehe
Crianças, já sabemos, conseguem "se ligar" em muitos assuntos ao mesmo tempo.
Primeiro, elogios para uma farofinha de frango, que inventei.
Depois, o olhar na propaganda da TV, que falava do Criança Esperança.
E lá veio a perguntinha:
Mãe, tem adulto esperança também?
Não.
Mãe, e em outras cidades? Tem algum adulto esperança?
Fiquei sem saída. O papo ficou sério.
Respondi que achava que sim. A conversa era tão filosófica que simplifiquei.
Mas, fui além.
Você acha que deve ter adulto esperança também?
Mãe, se não tem aqui na nossa cidade, tudo bem. 
Mas, se tem Criança Esperança, não acharia melhor se em todo lugar tivesse Adulto Esperança também?
Acho, claro que acho!!

Estão vendo?
Deveríamos planejar o mundo com as idéias de uma criança...hehehehe
Até para fazer propagandas.
Daria um resultado melhor!

Boa Noite !

P.S. Mando essa para a Globo!
Nunca fui a Paris. Esse nunca, porém, é apenas uma vírgula! Não fui pessoalmente, mas estive lá nessa semana.
Primeiro com as leituras do relato de viagem da minha amiga Linéia. Fiquei fascinada com a forma que ela acrescenta fatos históricos na narrativa do passeio, feito por ela e seu amado esposo.Amei a história do Castelo de Chenonceau, que Henrique II deu de presente para a amante Diane, que gostava de Jardins! 
"em 1547Henrique II ofereceu o palácio como presente à sua amante, Diane de Poitiers, a qual se tornou ardentemente ligada ao château e às suas vistas em conjunto com o rio. Ela haveria de mandar construir a ponte arcada, juntando o palácio à margem oposta. Supervisionou, então, a plantação de extensos jardins de flores e de vegetais, juntamente com uma variedade de árvores de fruto. Dispostos ao longo do rio, mas protegidos das inundações por terraços de pedra, os refinados jardins foram estabelecidos em quatro triângulos."
Não sou de ter amantes, mas me identifiquei com a Diane! Eu adoro jardins!
E o encontro com Paris continuou no sábado e no domingo.
Eu tinha um livro para ler: A Décima Segunda Noite, do Luís Fernando Veríssimo.
"A décima segunda noite' é um livro inspirado na peça 'Noite de reis', uma comédia de Shakespeare. No texto original, o duque Orsino está caído de amores pela condessa Olívia, de luto pela morte do irmão. Até que uma jovem, que se passa de homem para trabalhar na Corte, vira o mensageiro do duque, e daí começa a espiral de mal entendidos - Olívia acaba se apaixonando por ele, que na verdade é ela, que no fundo está obcecada por Orsino, o bandido fidalgo."
No entanto, no livro do Veríssimo, a história se passa em Paris e com boa parte dos personagens brasileiros.
Quem narra a história é um papagaio que decora um salão de beleza como "parte da decoração" inspirada no Brasil.
A Olívia é uma brasileira rica que mora parte do tempo em Paris e está de luto pela morte de um irmão.
Violeta, a moça que se passa por homem, é uma brasileira que se perdeu do irmão gêmeo no aeroporto Charles de Gaulle. 
Os amigos de Violeta são brasileiros pobres com vidas de tramas interessantes!
Violeta, vestida de homem, se torna confidente do dono do Salão, que é apaixonado pela nobre Olívia.
Violeta vira mensageiro do patrão. Olívia se apaixona por Violeta achando que ela é ele.
Tudo vai se esclarecer, com comédia ou tragédia, na Décima Segunda Noite!
Que, para os costumes franceses, é o dia de Reis.
Não vou contar a história.
Mas, a narração feita por um papagaio muito engraçado e a maluquice dos brasileiros na trama, são de se encantar ou se divertir.
Esse livro me salvou de um fim de semana cinzento sem nada especial na programação.
Por páginas de um bom escritor, dei uma voltinha em Paris!
Fica a dica!

Mãos Dadas



http://blog.cancaonova.com/comomaria/files/2012/05/maos-dadas.jpg



Eu seguro a mão do meu filho e converso sobre coisas que vejo pelo caminho.
Uma formiga, uma árvore que é do tamanho dele, outra que é mais do meu tamanho, um trator parado na frente da oficina e louco pela lida no campo, um gato preso atrás da grade de uma janela, um carro velho estacionado ao lado de um lindo ipê roxo.
Somos, eu e ele, personagens nesse mundo novo que nos foi apresentado num Divino momento: a condição de mãe e filho.
Segurar sua mão parece pouco para mim, e é bem pouco.
Muitas vezes já olhei para aqueles dedinhos, mergulhados na minha mão, e imaginei que um dia serão os dedos da mão de um homem do mundo.
Sei que não restará a imagem do que somos hoje, filho e mãe de mãos dadas pelas calçadas da cidade.
Sei, no entanto, que nosso coração sempre terá o calor e o aconchego dos dias remotos dessa sua infância breve.

domingo, 14 de abril de 2013

Louvor de Uma Cega




Ontem, pela manhã, abri a porta da casa e fui até o pátio.

Ao perceber que havia sol pensei: Não poderei sair de casa sem antes deixar umas roupas no varal para que sequem com esse sol quentinho.

Foi o que fiz, me dirigi até a máquina de lavar para colocar as roupas já lavadas para enxaguar. Estava agindo como uma dona de casa responsável.

Entrei em casa novamente e, enquanto me arrumava para o compromisso do meio dia, ouvia a Rádio Mãe de Deus.

O locutor informou que quem quisesse ligar para a rádio e fazer um louvor, que o telefone estava a disposição.

Um moça ligou em seguida. Falou que queria fazer um Louvor ao Senhor pelo Sol que estava maravilhoso.

Disse que, sendo cega, não podia ver o sol. Mas, deixou bem claro que havia um espaço pequeno próximo da porta da sua casa onde ela podia sentir

o seu calor e seus raios tocando sua pele.

Disse que no domingo não iria sair porque estava sem companhia, mas que estava muito feliz assim mesmo pelo lindo dia de sol, frisou mais uma vez.

O locutor, ao voltar à sua fala, emendou louvores a Deus pelas coisas lindas e singelas que a natureza nos oferece gratuitamente todos os dias.

Fiquei literalmente com vergonha.

Quando eu vi e senti o sol da manhã eu apenas pensei nele como "uma secadora de roupas".

Não me senti culpada, pois tantos compromissos do dia a dia nos tornam, sim, certos tipos de robôs que só pensam nos afazeres.

Mas, vergonha, isso sim, eu senti.

Pois, mesmo tendo todos os sentidos funcionando,  poucas vezes, no ano todo, paro para meditar (ou ver e sentir) sobre  qualquer coisa boa vinda da natureza.



A época nos faz meditar sobre transformações e mudanças.

Que essa, tão simples, de amar e louvar por um dia de sol, seja uma mudança planejada para novos tempos...



Todos querem o perfume das flores, mas poucos sujam as suas mãos para cultivá-las.
Augusto Cury












terça-feira, 9 de abril de 2013


Hoje fiquei muito feliz por conta de uma violeta branca.
Que coisa ! Violeta branca?
Mas, é isso mesmo. O que posso fazer se a flor se chama violeta, mas sua cor é branca?
Bom, vou contar.
Fui buscar um lanchinho no Zaffari. Na quarta-feira é dia de promoção. Adoro promoção!
Pelo folheto, exposto num display, soube que as violetas estavam na promoção.
A flor não estava tão bonita. A embalagem ( o rótulo do vaso) estava um pouco amassada e algumas folhas estavam bem grandes e cortadas.
No entanto, logo abaixo desse "cenário", de folhas machucadas e papel amassado, bem perto da raiz, dava para ver muitos brotinhos lindos. Achei que seria um ótimo negócio: uma flor de R$, 0,97 cheia de brotinhos. Ou seja, perspectiva de florzinhas novas, logo mais.
Na volta ao trabalho, comentei sobre minha aquisição com a querida estagiária de arquitetura, que é minha colega.
Ela também achou lindos os brotinhos escondidos.
Limpei a flor com cuidado. Tirei as folhas velhas e quase mortas. Retirei o rótulo de papel.
Sobraram os galhinhos verdes que estão nascendo na base da flor e um punhado de brotinhos brancos.
Com a ajuda da estagiária, reciclamos uma base de isopor branco que tornou-se suporte para o vasinho de plástico.
Ficou linda !
Se o "cara do Zaffari" visse esta obra, com certeza cobraria bem mais.
Não importa ! É só um pensamento.
O que importa dizer, o que me deixou feliz, foi o exercício de valorizar algo pela essência: os brotos que darão frutos.
Não seria assim com as pessoas?
O que alguns não dão valor, com nosso carinho ficam "sem preço"!!

Por sorte, não sou do tipo que só dá valor "aos vistosos".
Como o que fiz com a violeta, também sei olhar nas raízes e procurar a vida que brota de verdade.

Uma flor que ensina, também não tem preço !