domingo, 14 de abril de 2013

Louvor de Uma Cega




Ontem, pela manhã, abri a porta da casa e fui até o pátio.

Ao perceber que havia sol pensei: Não poderei sair de casa sem antes deixar umas roupas no varal para que sequem com esse sol quentinho.

Foi o que fiz, me dirigi até a máquina de lavar para colocar as roupas já lavadas para enxaguar. Estava agindo como uma dona de casa responsável.

Entrei em casa novamente e, enquanto me arrumava para o compromisso do meio dia, ouvia a Rádio Mãe de Deus.

O locutor informou que quem quisesse ligar para a rádio e fazer um louvor, que o telefone estava a disposição.

Um moça ligou em seguida. Falou que queria fazer um Louvor ao Senhor pelo Sol que estava maravilhoso.

Disse que, sendo cega, não podia ver o sol. Mas, deixou bem claro que havia um espaço pequeno próximo da porta da sua casa onde ela podia sentir

o seu calor e seus raios tocando sua pele.

Disse que no domingo não iria sair porque estava sem companhia, mas que estava muito feliz assim mesmo pelo lindo dia de sol, frisou mais uma vez.

O locutor, ao voltar à sua fala, emendou louvores a Deus pelas coisas lindas e singelas que a natureza nos oferece gratuitamente todos os dias.

Fiquei literalmente com vergonha.

Quando eu vi e senti o sol da manhã eu apenas pensei nele como "uma secadora de roupas".

Não me senti culpada, pois tantos compromissos do dia a dia nos tornam, sim, certos tipos de robôs que só pensam nos afazeres.

Mas, vergonha, isso sim, eu senti.

Pois, mesmo tendo todos os sentidos funcionando,  poucas vezes, no ano todo, paro para meditar (ou ver e sentir) sobre  qualquer coisa boa vinda da natureza.



A época nos faz meditar sobre transformações e mudanças.

Que essa, tão simples, de amar e louvar por um dia de sol, seja uma mudança planejada para novos tempos...



Todos querem o perfume das flores, mas poucos sujam as suas mãos para cultivá-las.
Augusto Cury












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