terça-feira, 26 de março de 2013

Um Livro, Um Filho e Um Cão


Ontem, cheguei em casa cedo. Horário fora do padrão.
Cedo, também, foi servido o jantar. Havia visita em casa: meu irmão mais novo.
Fiquei surpresa ao perceber às19 horas e cinquenta minutos já estava "liberada" para uma leitura.
Meu irmão foi usar o computador. Portanto, não havia necessidade de "fazer sala".
Escolhi começar algo novo, apesar de estar lendo cinco livros ao mesmo tempo.
Achei o livro CONTOS E LENDAS DOS CAVALEIROS DA TÁVOLA REDONDA.
Um versão da famosa história do Rei Arthur, que foi escrito por uma escritora francesa chamada Jacqueline Mirande.
Um parêntese.
A minha amiga Jacque, do cartório Balen, me disse que seu nome, Jacqueline com o c antes do q foi idéia do pai dela.
Ele disse a ela que o c daria a ela um nome francês. E rimos quando ela me contou isso.
Lembrei do fato agora. A Jacque, francesa de Caxias, é filha da escritora Maria Helena Balen.
Voltando.
Fui me acomodar para a leitura e chamei o Manuel para a aventura.
Ele ficou "mudo" ouvindo aquelas aventuras, especialmente a parte da espada excalibur, que foi tirada da pedra, com admirável facilidade, pelo cavalheiro Arthur, fato que o tornou Rei.
Notei, apesar do silêncio do momento, outra presença por perto.
Era um ser de estatura pequena e bem peludo. Um outro ouvinte de aventuras!
O cachorro da casa. Não imagino, ao certo, se estava entendendo o que ouvia.
Deitou-se próximo dos meus pés, num "pedaço" de cobertor, e ficou inerte, olhinhos atentos.
Fiz o registro da cena usando meu pensamento e meu coração!
Era um quadro lindo, sereno, divertido e puro:
Uma leitora mãe, um filho, no aconchego do ombro esquerdo da mãe, e um cachorro descansando e ouvindo.
A calmaria durou alguns minutos, pouco mais de meia hora.
O menino e o cachorro foram "acordados" pelo teor das aventuras narradas.
A criança começou a girar uma excalibur iamginária no ar. O cão sacudia o rabo e pulava tentando entender a luta do pequeno cavaleiro.
Percorreram outras peças da casa, sempre correndo e lutando com a espada do Rei Arthur.
A leitora mãe continuou grudada na leitura.
Como ela queria entrar no livro para ajudar a encontrar o Graal!
Ou, se pudesse, sentir o cheiro das florestas sempre densas, assustadoras e misteriosas!
Era impossível parar de ler.
O menino voltou com o cão. Já estavam há quase uma hora em grandes façanhas pelos "lugares imaginários" da casa.
Ela avisou que tinha acabado de ler todo o livro.
E a criança disse uma frase que a mãe adorou ouvir:
Que bom! Voltamos para saber como foi a ultima aventura!

A mãe leitora não quis contar que o Rei, depois de velho, havia sido morto numa batalha difícil.
E que Lancelot do Lago, depois da morte do Rei, e também já velho, foi morar com alguns monges e já não fazia mais aventuras.

A história foi resumida. Ela contou, aos pedaços, a parte dos bons tempos das Aventuras dos Cavaleiros da Távola Redonda e a busca do Graal.
E, por honestidade, explicou que o décimo terceiro lugar da Távola nunca foi ocupado.
Nenhum cavaleiro encontrou o Graal.
Deve haver, ainda no mundo, muitos cavaleiros a procura do Graal. Concluiu a contação.
Os olhos do menino brilharam intensamente.
Mãe, sabia que eu sei usar uma armadura!

O coração da mãe ficou encantado com um possível cavalheiro de uma possível Távola.
A leitura, sim senhor, é uma viagem e tanto!

Olhou para o relógio: 22 horas e pouco !

Hora de uma mãe recolher a família para o descanso.

E uma noite de quarta, sem TV, sem computador, sem joguinhos, sem filminhos, foi espetacular para a imaginação
de uma mãe, de um menino e de um cachorro!

Ah! O livro tem 152 páginas. Mas, de tão bem escrito, pareceu pequeno demais.

E, no próximo encontro, sobre livros, contarei a aventura de um papagaio contando uma história escrita pelo Luis Fernando Veríssimo.

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